O impacto gerado pela pandemia de coronavírus deve causar uma queda de 38,9% no Produto Interno Bruto (PIB) do Turismo em 2020. Nesta projeção, a movimentação econômica da indústria totalizará R$ 165,5 bilhões no ano, contra R$ 270,8 bilhões registrados em 2019. Para 2021, a expectativa é de um PIB de R$ 259,4 bilhões para o setor, o que representaria uma forte recuperação, mas ainda 4% abaixo do patamar de 2019. Somados, estes dois anos de retração na comparação com o pré-pandemia devem representar uma perda econômica de R$ 116,7 bilhões para a indústria do Turismo.
A projeção é do estudo Impacto Econômico do Covid-19 – Propostas para o Turismo Brasileiro, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na previsão estão contemplados diversos segmentos da indústria, como Hotelaria e Hospedagem, Transporte Rodoviário, Aéreo, Agências e Operadoras, Locação, atividades culturais, além de bares e restaurantes.
A análise considerou o cenário de paralisação total de três meses, de março a junho, com uma estimativa de retomada do turismo doméstico a partir de setembro. A expectativa é de uma recuperação completa do doméstico em até 12 meses. Já no internacional, o estudo prevê aproximadamente 18 meses para a retomada. No cenário analisado, o Turismo só retomaria ao mesmo patamar do pré-pandemia em 2022.
Somente a retomada do patamar do período pré-coronavírus não será suficiente para reaver as perdas econômicas. Na análise da FGV, o setor precisaria registrar uma taxa média de crescimento de 16,95% nos anos de 2022 e 2023 para compensar as perdas do biênio 2020-21. Essa recuperação significaria aproximadamente R$ 303 bilhões no PIB do Turismo em 2022 e R$ 355 bilhões em 2023.
Tendo como bases os níveis alcançados nos meses de janeiro e fevereiro (alta temporada), todos os segmentos do turismo já registram quedas consideráveis em março, mês parcialmente afetado pela pandemia. Na hotelaria, pro exemplo, este impacto foi de 25%, enquanto na aviação chegou a 35% e a 45% nas agências de viagens e operadoras de turismo.
Em abril, primeiro mês completo em que destinos turísticos praticam o isolamento social, a expectativa é de que a atividade hoteleira caia para 10% do registrado na alta temporada. Na aviação, a atividade caiu para apenas 8% e nas agências e locadoras 5%.
Fonte: Mercado e Eventos / FGV