A Latam Brasil vê estabilidade no número de cidades brasileiras atendidas por sua malha, ao menos em 2023. A companhia não tem planos de expandir o volume de 55 aeroportos atendidos no País ainda neste ano. O que há, no entanto, é a intenção de ampliar a parceria com a VoePass que, desde maio, é de codeshare com 16 cidades nacionais.
A VoePass, com seus ATRs, é vista pela Latam Brasil como estratégica para chegar a mercados menores, onde as aeronaves de maior porte não operam. A antiga Passaredo e a Gol Linhas Aéreas eram parceiras em moldes similares, em aliança que foi desfeita recentemente (mesmo que as partes tenham sido procuradas pelo Portal PANROTAS, nada foi esclarecido sobre este rompimento).
“Preferimos manter os 55 destinos alcançados hoje pela Latam Brasil e expandir a parceria com a VoePass. Queremos mais do que as 16 cidades hoje atendidas em codeshare, à medida em que a VoePass possa voltar a crescer, se beneficiando dessa parceria conosco. Neste ano, não temos perspectivas de novas rotas sendo lançadas. Vale ressaltar que as 55 atuais são um recorde para a companhia. Estamos trabalhando na estabilidade e rentabilização das novas rotas”, afirma o CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, ao Portal PANROTAS.
De acordo com o executivo, as novas cidades precisam de maturação, de um tempo para que os passageiros entendam a nova oferta e se acostumem com ela. “A expansão que fizemos recentemente foi muito substancial. Não há nenhuma que valha destaque por um mau ou excelente desempenho. Ao longo do tempo, vamos nos ajustando conforme os resultados aparecem.”
Sobre os termos da cooperação com a VoePass, o CEO da Latam afirma que o codeshare com a aérea já existe faz muito anos, mas no segundo trimestre deste ano foi aumentada a quantidade de voos em código compartilhado. “Começamos a buscar oportunidades para melhorar experiência do passageiro que voa conectando trechos de uma e de outra. Isso permite com que nós cheguemos a mais destinos além daqueles que chegávamos”, aponta Jerome Cadier.
Desempenho das viagens corporativas para a Latam Brasil
O passageiro corporativo está viajando menos de avião no Brasil na comparação com o período pré-pandemia. Isso se deve a uma série de fatores, como a mudança no perfil de trabalho e, claro, o aumento na tarifa aérea média no País. Porém, o aumento no preço da passagem faz com que o faturamento da Latam Brasil no mercado de viagens corporativas esteja maior hoje do que em 2019, embora haja menos pessoas se deslocando a trabalho.
“Em faturamento, a Latam Brasil está melhor do que o período pré-pandemia no mercado corporativo, mas muito em função do preço médio. No entanto, ainda vemos um número de passageiros menor. A pandemia estimulou o aumento das ferramentas de reuniões virtuais e isso mudou, sim, o patamar das viagens a trabalho. Soluções on-line funcionam e resultam em menos viagens, principalmente as curtas, os chamados bate-volta”, diagnostica Jerome Cadier.
“De qualquer forma, as viagens continuarão acontecendo. Contatos presenciais sempre serão necessários, sobretudo no setor comercial. Temos também mudança no perfil do viajante corporativo, como as viagens bleisure, com dias de lazer nas viagens a trabalho.”