GBTA Business Travel Index Outlook, apresentado na convenção do ano passado, falava em 2026
DALLAS (EUA) – A indústria global de viagens corporativas se recuperou a um ritmo mais acelerado do que o esperado há apenas um ano e agora deve superar seu nível de gastos pré-pandêmico de US$ 1,4 trilhão em 2024 − e crescer para quase US$ 1,8 trilhão até 2027.
Em 2022, os gastos globais com viagens a negócios aumentaram 47%, chegando a US$ 1,03 trilhão, com fortes ganhos contínuos e crescimento de 32% esperado em 2023. Esses ganhos robustos foram impulsionados, principalmente, pela demanda reprimida após a pandemia de covid-19, condições econômicas globais mais favoráveis em 2022 e 2023 e riscos de recessão que ainda não aconteceram.
Estas são as principais conclusões do último 2023 GBTA Business Travel Index Outlook – Annual Global Report and Forecast publicado pela GBTA em colaboração com a Visa e que acaba de ser apresentado na GBTA Convention, que acontece nesta semana em Dallas, no Texas (EUA). A 15ª edição do estudo traz as perspectivas dos gastos globais previstos e outras tendências entre 2023 e 2027.
“Os ventos contrários que deveriam impactar a recuperação das viagens a negócios globais no ano passado não se materializaram e isso é uma boa notícia. Esta última previsão agora indica um retorno acelerado aos níveis de gastos pré-pandêmicos antes do previsto, bem como o crescimento nos próximos anos. Os gastos com viagens corporativas são um indicador importante, mas ainda não se sabe como os volumes de viagens continuarão a se recuperar”, disse a CEO da GBTA, Suzanne Neufang.
Principais destaques do relatório:
- Espera-se que os gastos globais com viagens a trabalho se recuperem para seu total pré-pandêmico de US$ 1,4 trilhão em 2024 e cresçam para quase US$ 1,8 trilhão até 2027, impulsionados por condições econômicas mais favoráveis do que o esperado em 2022 e 2023;
- Em 2022, os gastos globais com viagens corporativas aumentaram 47%, para US$ 1,03 trilhão. Esses fortes ganhos continuaram em 2023, com um crescimento de 32% nos gastos globais esperados para este ano. O detalhamento estimado de US$ 1,03 trilhão em despesas com viagens a negócios inclui US$ 183 bilhões em despesas aéreas, US$ 395 bilhões em despesas com hospedagem, US$ 191 bilhões em despesas com alimentos e bebidas, US$ 138 bilhões em despesas com transporte terrestre e US$ 121 bilhões em outras despesas com viagens;
- Espera-se que os gastos globais se recuperem para níveis pré-pandêmicos até o final de 2024 – mais rápido do que a previsão anteriormente projetada para meados de 2026 no BTI Outlook do ano passado. Contribuinte para a recuperação acelerada tem sido a estabilidade significativa na economia global – muitas economias avançadas foram projetadas para enfraquecer ou cair em recessão em 2023, mas isso ainda não aconteceu;
- Os dois maiores impulsionadores da estabilização do setor nos últimos seis meses foram o retorno de reuniões e eventos presenciais e a recuperação de alguns volumes e capacidade de viagens internacionais a negócios;
- A recuperação das viagens corporativas continua a variar por região. A Europa Ocidental foi a região que mais cresceu globalmente em 2022. A América do Norte e a América Latina viram o crescimento dos gastos acelerar significativamente em 2022. A Europa emergente continua atrasada em sua recuperação, desafiada pela guerra na Ucrânia;
- Regionalmente, a Ásia-Pacífico foi a grande retardatária no ano passado, devido ao atraso na reabertura da economia chinesa. Os gastos com viagens a negócios na China caíram 4,6% no ano passado, levando o país ao segundo lugar no mercado mundial de viagens corporativas pela primeira vez desde 2014. No entanto, espera-se que a China volte a ser o mercado de viagens a negócios número 1 no mundo final de 2023;
- Viajantes corporativos dizem que estão combinando com mais frequência (62%) viagens a negócios e pessoais (bleisure) do que em 2019, com 42% adicionando dias de lazer, e 79% desses viajantes ficando na mesma acomodação por trabalho e férias na mesma viagem;
- Quando se trata de métodos de pagamento para viagens corporativas, 66% dos viajantes dizem que sua empresa fornece um cartão de crédito corporativo – dessa porcentagem, cerca de um terço (37%) diz que sua empresa exige seu uso para reservas de viagens a negócios.
Brasil na lista
Além disso, o Brasil aparece entre os 15 principais mercados de gastos globais com viagens corporativas.
Em 2022, o País figurou como a oitava economia, com US$ 20,1 bilhões, o que representa um incremento de 52% em relação aos US$ 13,2 bilhões de 2021. Apesar de, no estudo de 2023, apresentar gastos de US$ 28,1 bilhões – um aumento de 20% em comparação com o ano passado –, o Brasil ficou na 10ª posição, depois da Itália e Coréia do Sul. Estes dois países estavam atrás do Brasil no ano passado, na 9ª e 10ª posição, respectivamente.
Além disso, no estudo apresentado no evento de 2022, que aconteceu em San Diego, na Califórnia, Turquia (US$ 15,4 bilhões) e Rússia (com US$ 12,3 bilhões) faziam parte do ranking. Na pesquisa deste ano, ambos os países saíram da lista.
Como viagens corporativas ajudam as vendas
O GBTA Business Travel Index Outlook mostrou ainda como as viagens a negócios ajudam as vendas. Por meio de uma visão global da quantidade estimada de atividade de vendas suportada por cada dólar gasto em viagens corporativas, é possível ver a oscilação.
Em 2019, era US$ 1 gasto em viagens a negócios para cada US$ 117 em vendas. Em 2022, foi para US$ 1 gasto em deslocamentos a trabalho para US$ 198 em vendas. Já em 2023, o valor foi de US$ 1 gasto em viagens corporativas para US$ 153 em vendas.
Visão histórica da recuperação de crises nas viagens a negócios globais
A PANROTAS viaja a convite da GBTA, com proteção GTA e voando Delta Air Lines e United Airlines