O comentarista de economia da CNN, Fernando Nakagawa, conversou com executivos do setor aéreo, que levantaram uma série de dúvidas sobre a decisão, principalmente sobre como essas mudanças seriam possíveis em termos legais.
Ainda não se sabe, por exemplo, se haverá restrição dos slots (números de pousos e decolagens) oriundos do Santos Dumont ou se a decisão se dará por porte ou tamanho das aeronaves — o que pode prejudicar ou beneficiar algumas companhias aéreas, que têm frotas bem diferentes.
Além disso, outra possibilidade levantada seria o estabelecimento de um teto de número de passageiros no aeroporto da cidade.
As companhias aéreas internacionais afirmam que a saída de muitas rotas internacionais do Galeão se deu pela falta de conexão do aeroporto com outras cidades brasileiras, uma vez que ao longo dos últimos anos as empresas reduziram drasticamente as operações no local.
Segundo especialistas ouvidos por Nakagawa, com o aumento da oferta de voos domésticos no Galeão é possível que este cenário mude, mas isso não necessariamente significaria uma revitalização do aeroporto.
A CNN procurou as companhias aéreas Latam, Azul e Gol, mas não obteve respostas.
Já a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) afirmou em nota estar aguardando uma definição pelo Ministério de Portos e Aeroportos sobre o assunto e reiterou defender que qualquer decisão federal ou estadual sobre os aeroportos do Rio de Janeiro mantenha a atual isonomia entre as empresas aéreas, respeitando seus modelos de negócio e de operações.
Arte: CNN Brasil Ainda conforme a apuração de Nakagawa, em 2014, o Galeão era o segundo aeroporto mais movimentado do Brasil. Em 2021, o terminal despencou para a 11ª posição, sendo ultrapassado pelos aeroportos de Brasília, Congonhas, Viracopos, Recife, Confins, Santos Dumont, Salvador, Porto Alegre e Fortaleza.
Além disso, segundo um levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) , o esvaziamento do Aeroporto Internacional Tom Jobim representou uma perda de R$ 4,5 bilhões para a economia do Rio de Janeiro.
A decisão se trata da maior interferência na operação de companhias aéreas desde 2006, quando o Aeroporto de Congonhas sofreu restrições entre a distância de voos percorridos após o acidente da Tam, que deixou 199 mortos .
Publicado por Amanda Sampaio, com informações de Fernando Nakagawa.